segunda-feira, 28 de março de 2011

EM 28 DE MARÇO DE 1968 O ESTUDANTE EDSON LUÍS ERA MORTO PELA DITADURA MILITAR...

1968 - Morte no Calabouço

Primeira página do Jornal do Brasil: Sexta-feira, 29 de março de 1968

O secundarista paraense Édson Luís de Lima Souto, 16 anos, morreu baleado no peito durante conflito entre policiais e estudantes no Restaurante Calabouço, Centro do Rio de Janeiro. Levado pelos companheiros para a Assembléia Legislativa, seu corpo foi velado coberto com a Bandeira Nacional, outra do Calabouço e por mensagens de protesto. Mais de 50.000 pessoas se aglomeram em frente à Câmara e acompanharam o funeral, em clima de revolta, até o enterro no Cemitério São João Batista.

O Restaurante Calabouço era um refeitório popular, subsidiado pelo governo e destinado a estudantes do interior, vestibulandos e universitários. Desde o incêndio do prédio da União Nacional dos Estudantes (UNE) em abril de 1964, tinha se tornado o foco principal de agitação e resistência ao regime militar. De lá partiam as passeatas estudantis que tanto incitavam a vida da cidade e provocavam os generais.

Em virtude das condições precárias do seu funcionamento e da má qualidade da alimentação ali servida, era alvo de críticas permanentes por parte dos seus freqüentadores. Foi durante uma manifestação de protesto contra essa situação que policiais invadiram o local e, investindo contra os presentes, deram início à barbárie que culminaria com a morte do jovem estudante.

As circunstâncias da morte de Edson Luís evidenciaram a intolerância oficial em lidar com as reivindicações estudantis. Prenunciaram a disposição do governo e os recursos truculentos de que se serviriam para eliminar lideranças estudantis e coibir o movimento social que agitaria o Brasil durante o decorrer do ano de 1968. E sagraram o jovem símbolo da causa estudantil nacional.

Consternação e protesto por Edson Luís

A Assembléia Legislativa decretou luto oficial por três dias pela morte de Edson Luís.

Todos os teatros da Guanabara interromperam seus espetáculos em sinal de protesto, sendo a decisão aplaudida, de pé, pelo público presente. No Princesa Isabel, onde estava em cartaz a peça Roda Viva, os atores do elenco, ao tomarem conhecimento do incidente, fizeram um minuto de silêncio. Em seguida, suspenderam a apresentação e todos os presentes, convidados por um grupo de artistas liderados pelo paulista Plínio Marcos, seguiram para o funeral do estudante.

Edson Luís de Lima Souto (Belém, 24 de fevereiro de 1950Rio de Janeiro, 28 de março de 1968[1]) foi um estudante secundarista brasileiro assassinado pela Polícia militar durante um confronto no restaurante Calabouço, centro do Rio de Janeiro.[2] Edson foi o primeiro estudante assassinado pela Ditadura militar e sua morte marcou o início de um ano turbulento de intensas mobilizações contra o regime militar que endureceu até decretar o chamado AI-5.

Nascido em uma família pobre, iniciou os estudos na Escola Estadual Augusto Meira em Belém, no Pará. Mudou-se para o Rio de Janeiro para fazer o segundo grau no Instituto Cooperativo de Ensino, que funcionava no restaurante Calabouço.

FONTES:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Edson_Lu%C3%ADs_de_Lima_Souto
http://www.jblog.com.br/hojenahistoria.php?itemid=7807

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