Anchieta Fernandes
Com um homem de teatro, vindo de atuações profissionais em grupos natalenses, indo morar em Caraúbas, Josué Neto, o teatro da cidade foi reanimado no século 21. O colunista Wandilson Ramalho, em sua coluna do “Jornal de Fato”, de Mossoró, do dia 25 de maio de 2006, noticiou: “ O jornalista Josué Neto fundou, em 2006, a Companhia de Teatro Caraubense e dirigiu com muita competência a peça O Auto da Compadecida, que foi o suficiente para mudar a história do teatro em Caraúbas. Agora Josué Neto cumpre uma nova missão, fundou o Grupo de Teatro Artistas Unidos, ao lado de outros grandes talentos das artes cênicas. Os Artistas Unidos já projetam para o final de julho mais dois grandes espetáculos para Caraúbas. As peças Hoje a Banda não Sai, uma comédia de Severino Manoel Tavares e o Céu Uniu Dois Corações, um drama de Antenor Pimentel”.
Mais abaixo, em sua coluna, Wandilson Ramalho dá os nomes dos outros componentes da equipe de Josué Neto que tenta restaurar a tradição do teatro caraubense, que são: o próprio Josué (de Oliveira Neto), que é o diretor-geral; Jaqueline de Góis, que é a diretora de arte; e a supervisão-geral a cargo de Marinalda Benevides, Rudávia Costa, Ana Carla, Techivan Fernandes, Almiro de França, Ozório Celino, Rudielle, Roque, Aleandro Costa, André Batista, Gessivan de Souza, Lindemberg de Oliveira, Samek Maia, Silas Daniel e Gustavo Mendes”.
Seria bom que todo este pessoal trabalhasse pela cultura teatral caraubense em nível autêntico e efetivo, reciclando os valores da terra. Que levasse aos administradores idéias como a construção de um novo teatro. Que escrevesse peças baseadas nas tradições e nas lendas caraubenses (como por exemplo, a da denominaçao da fazenda Sabe-Muito, por um caboclo, que ao dar ao patrão a notícia de que havia um olho d’água, e ao ser indagado por ele se ele sabia onde se encontrava o referido olho d’água o caboclo respondeu com o famoso solecismo: “eu sabe muito”).
O Auto de São Sebastião poderia ser desenvolvido pelo grupo orientado por Josué Neto, com sua experiência de tantos anos trabalhando ao lado do talentoso diretor e ator natalense Jesiel Figueiredo. Quem sabe se Caraúbas poderá, no futuro, ser um celeiro de autores, diretores e atores de teatro, que renovarão a cena teatral norte-riograndense com uma linguagem própria? Temos a tradição teatral caraubense vinda desde o século 19, referida no capítulo 1 desta série; e uma tradição de outros nomes que nasceram em Caraúbas e interpretaram qualitativamente o teatro norte-riograndense em geral – como José Mussolini Fernandes, jornalista que escrevia crítica de teatro no jornal “Tribuna do Norte”.
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