segunda-feira, 24 de maio de 2010

Teatro Caraubense em 3 tempos – 3

Anchieta Fernandes



Com um homem de teatro, vindo de atuações profissionais em grupos natalenses, indo morar em Caraúbas, Josué Neto, o teatro da cidade foi reanimado no século 21. O colunista Wandilson Ramalho, em sua coluna do “Jornal de Fato”, de Mossoró, do dia 25 de maio de 2006, noticiou: “ O jornalista Josué Neto fundou, em 2006, a Companhia de Teatro Caraubense e dirigiu com muita competência a peça O Auto da Compadecida, que foi o suficiente para mudar a história do teatro em Caraúbas. Agora Josué Neto cumpre uma nova missão, fundou o Grupo de Teatro Artistas Unidos, ao lado de outros grandes talentos das artes cênicas. Os Artistas Unidos já projetam para o final de julho mais dois grandes espetáculos para Caraúbas. As peças Hoje a Banda não Sai, uma comédia de Severino Manoel Tavares e o Céu Uniu Dois Corações, um drama de Antenor Pimentel”.

Mais abaixo, em sua coluna, Wandilson Ramalho dá os nomes dos outros componentes da equipe de Josué Neto que tenta restaurar a tradição do teatro caraubense, que são: o próprio Josué (de Oliveira Neto), que é o diretor-geral; Jaqueline de Góis, que é a diretora de arte; e a supervisão-geral a cargo de Marinalda Benevides, Rudávia Costa, Ana Carla, Techivan Fernandes, Almiro de França, Ozório Celino, Rudielle, Roque, Aleandro Costa, André Batista, Gessivan de Souza, Lindemberg de Oliveira, Samek Maia, Silas Daniel e Gustavo Mendes”.

Seria bom que todo este pessoal trabalhasse pela cultura teatral caraubense em nível autêntico e efetivo, reciclando os valores da terra. Que levasse aos administradores idéias como a construção de um novo teatro. Que escrevesse peças baseadas nas tradições e nas lendas caraubenses (como por exemplo, a da denominaçao da fazenda Sabe-Muito, por um caboclo, que ao dar ao patrão a notícia de que havia um olho d’água, e ao ser indagado por ele se ele sabia onde se encontrava o referido olho d’água o caboclo respondeu com o famoso solecismo: “eu sabe muito”).

O Auto de São Sebastião poderia ser desenvolvido pelo grupo orientado por Josué Neto, com sua experiência de tantos anos trabalhando ao lado do talentoso diretor e ator natalense Jesiel Figueiredo. Quem sabe se Caraúbas poderá, no futuro, ser um celeiro de autores, diretores e atores de teatro, que renovarão a cena teatral norte-riograndense com uma linguagem própria? Temos a tradição teatral caraubense vinda desde o século 19, referida no capítulo 1 desta série; e uma tradição de outros nomes que nasceram em Caraúbas e interpretaram qualitativamente o teatro norte-riograndense em geral – como José Mussolini Fernandes, jornalista que escrevia crítica de teatro no jornal “Tribuna do Norte”.
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segunda-feira, 10 de maio de 2010

O VENCEDOR

Leonardo Sales

Algumas pessoas acham que na vida temos que vencer a qualquer custo, seja qual for o objetivo, a vitória sempre é o mais importante. Mas você já parou pra pensar Quanto vale uma vitória? Quanto vale uma derrota? É, às vezes uma vitória nos traz prejuízos que nos acompanham pro resto da vida.



O prazer de viver não está nas vitórias, mas sim nas coisas que você almeja conquistar sem necessariamente precisar competir; durante o caminho que se percorre podemos observar o valor das coisas e a importância que elas têm. Mas uma derrota nos traz ensinamentos, nos fortalece, sempre a algo a acrescentar nas nossas vidas.


O excesso de vontade de vencer acaba nos deixando pessoas frias, deixando para trás algumas coisas preciosas da vida, que são: o amor e a solidariedade para com o próximo e etc. Esquecemos do verdadeiro gosto de viver, chega-se a pensar que perder é ser menor na vida.


Ser um vencedor é saber lidar com as dificuldades que a vida coloca em nossos caminhos, temos que levar a vida sem perder o equilíbrio, vitórias são frutos de bons trabalhos desde que seja uma caminhada limpa, sem pisar em cima de ninguém. Lembre-se: “busque seus ideais, sem deixar faltar amor”.

domingo, 9 de maio de 2010

MAIO: MÊS DE MARIA, A MÃE DE TODAS AS MÃES

Salete Pimenta Tavares



“Mulher, eis aí o teu Filho! Filho, eis aí a tua Mãe!”

Essas foram as palavras de Jesus, no momento mais difícil de sua vida, a Crucificação, dando de presente, a todos nós, sua Mãe Maria, a fim de que Ela se tornasse também a nossa Mãe, a Mãe do Amor, a Mãe da humanidade, a Mãe de todas as Mães.

Neste mês, em que comemoramos, como sempre, no 2º domingo de maio, dia 09, o dia das Mães, vamos refletir juntos a nossa condição de filhos e filhas, ou a nossa condição de mãe. Será que, nós, como filhos de Maria, temos sido dignos do seu amor, dignos de sermos chamados de seus filhos e irmãos de Jesus? Será que nós, mães, estamos seguindo o caminho da nossa Mãe Maior, Maria, com o seu exemplo de pureza, de amor, de humildade, de ternura, de virtude, de delicadeza, de serenidade, de coragem, enfrentando todo tipo de problemas para viver o relacionamento de um amor infinito e o seu poder maternal?

Esse é o momento de aprendermos com Ela, seguindo seus ensinamentos e assumindo a nossa missão de contribuir para um mundo melhor e mais humano, sem violência, e sem maldade.

Este mês, também comemoramos, no dia 13, os 93 Anos da 1ª Aparição de Nossa Senhora, nos montes de Fátima, aos pastorinhos Lúcia, Jacinta e Francisco. Nessa aparição a Virgem de Fátima pediu a essas três crianças para divulgarem ao mundo inteiro, a necessidade da prática diária da oração do Terço – o Santo Rosário -, seguramente já alertando para os perigos de um mundo moderno que se aproximaria tão sem ética moral e religiosa, isto é, tão sem Deus.

Essa 1ª aparição se deu no dia 13 de maio de 1917.

Sabemos quanto é difícil ser mãe nos dias de hoje, pois vivemos numa sociedade, onde se cobra demais da mulher. A mulher passou a participar mais ativamente da sociedade moderna com o seu trabalho, com a sua fortaleza e principalmente com a sua determinação. Além de suas tarefas de mãe e de dona de casa, muitas vezes se desdobra também no papel de pai, assumindo todas as responsabilidades financeiras da casa, acreditando que é possível escalar montanhas e superar quaisquer obstáculos para a felicidade de sua prole.

A revista “Brasil Cristão” de maio de 2006 faz a seguinte citação: “A mãe sofre na pele, no coração, na alma e na vida o sofrimento de seus filhos”.

As mães sabem que os filhos sempre precisam de sua força e de sua coragem em vários momentos de suas vidas e que elas sempre serão o porto-seguro de seus filhos. Portanto agradeço a Deus a felicidade de ainda ter comigo esse porto-seguro: “a minha mãe Giselia”, que com sua simplicidade, firmeza e muita sabedoria, nos seus 96 anos de existência, completados no dia 05 de março deste ano, ainda continua sendo a cabeça pensante de sua família, encaminhando-nos no caminho do amor e da fraternidade.

Enfim, mães de Caraúbas, mães de toda a Natal, mães de todo o Brasil e mães de todo o mundo, recebam, nesse dia, 09 de maio, os meus Parabéns, o meu afeto, o meu carinho e a minha gratidão por representarem a Mãe de todas as Mães: MARIA, a Mãe de Deus e nossa Mãe.

Feliz Dia das Mães!

Natal, 09 de maio de 2010

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segunda-feira, 3 de maio de 2010

Teatro Caraubense em 3 Tempos - 2

Anchieta Fernandes


Durante o século 20, o pessoal de teatro em Caraúbas deixou de representar apenas no palco do Teatro São Sebastião, mesmo porque o teatro da cidade deixou de ser apenas para apresentações de peças de teatro, adaptando-se aos novos tempos, mudando o nome para Cine Teatro São Sebastião, mostrando também filmes, quando passavam exibidores itinerantes.

Nas salas escolares, passaram a se desenvolver as jovens vocações teatrais. Como a escritora caraubense Salete Fernandes Tavares relembrou , em seu livro “Acordes da Alvorada” (Edição Sebo Vermelho, 1999), as datas festivas como Independência do Brasil, Proclamação da República, Dia das mães, festejos juninos etc. todas eram comemoradas de diverss maneiras, com desfile escolar, declamações de textos ou poesias, apresentações de danças e dramatizações. Ela própria chegou “a representar papéis dramáticos”.

Esta atividade didática voltada para despertar o interesse dos estudantes caraubenses para a prática do teatro, inclusive, se estendeu às escolas isoladas de fazendas e distritos. Em setembro de 1985, por exemplo, a Escola Rural do Distrito de São Geraldo, sob a orientação da diretora Francisca Pereira de Castro, comemorou a Semana da Pátria com vasta programação, de 1º a 7 do referido mês, incluindo apresentações musicais e textos lidos pelos alunos, desfile e concentração escolar, e por fim a apresentação de um drama interpretado pelos alunos.

Na década seguinte, uma boa iniciativa foi tentada, para incentivar mais ainda o teatro estudantil em Caraúbas, mas se frustou por causa de um desentendimento.

Em junho de 1961, fora lançado na cidade o jornalzinho “O Estudante”, órgão “literário, noticioso e independente, de propriedade dos alunos do Ginásio Comercial Sebastião Gurgel”. O fundador (e diretor) era Theotônio Neves de Brito e os redatores eram Valdete Alves de Queiroz, Raimundo Gurgel Pinheiro e Francisco Fernandes Praxedes.

Com a coragem de pensar juvenilmente o certo, radicalizando mais para a esquerda que para a direita, eles tentaram no entanto organizar um movimento puramente cultural em prol dos jovens caraubenses, o Teatro de Amadores Caraubenses, que foi interpretado, devido a sigla (TAC), como sendo Trabalhadores Agrários Comunistas. Pois os jovens estudantes eram jovens líderes intelectuais, que tentavam conscientizar os trabalhadores caraubenses dos seus problemas e de possíveis soluções, participando de reuniões na Casa dos Trabalhadores Rurais. Com o falatório e a rejeição pelos próprios jovens caraubenses, o TAC não se concretizou.

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